Jogadores como Haaland, Kvaratskhelia e Cole Palmer sonham voltar aos EUA em 2026 representando seus países; Jorginho, do Flamengo, e Donnarumma, do PSG, perderam duas chances de ir ao Mundial com a Itália
Que grande jogador não sonha com uma Copa do Mundo na carreira? Mas muitos dos craques que brilham no futebol internacional, acostumados a colecionar títulos de prestígio com seus times, sofrem a cada quatro anos por ver suas seleções fora da festa maior do mundo da bola. Para nomes como o norueguês Erling Haaland, do Manchester City; o georgiano Khvicha Kvaratskhelia, do PSG; e o esloveno Jan Oblak, do Atlético de Madrid, a Copa do Mundo de Clubes é também uma chance de reparar esse “lapso” no currículo.
A versão clubística da Copa do Mundo marcará o “batismo” não só daqueles que jogam em seleções de menor prestígio, mas também de jovens craques de países tradicionais, ainda à espera do primeiro Mundial de seleções, como o inglês Cole Palmer, do Chelsea, o francês Désiré Doué, do PSG. Dois talentos brasileiros também entram nessa categoria: Endrick, do Real Madrid, e Estevão, do Palmeiras (e a caminho do Chesea após a Copa de Clubes)

Jorginho, reforço do Flamengo, foi campeão da Euro com a Itália, mas nunca jogou Copa do Mundo — Foto: Getty Images
Experientes e campeões europeus com a Itália em 2021, o volante Jorginho, do Flamengo, e o goleiro Gianluigi Donnarumma, do PSG, vivem um drama diferente: viram as duas últimas Copas na televisão, já que a Azzurra não se classificou para a Rússia-2018 e o Catar-2022. Na Venezuela, que tem esperança de se classificar pela primeira vez para um Mundial, a Copa de Clubes é um aperitivo para jogadores como Jefferson Savarino, do Botafogo, e Salomón Rondón, do Pachuca.
Veteranos ou promessas da bola, certo é que todos eles querem voltar aos Estados Unidos daqui a um ano, na ampliada Copa de 2026, agora com 48 seleções. A “pré-estreia” começa neste sábado, quando a bola rolar para a rodada inicial da Copa do Mundo de Clubes.
Veja craques da Copa de Clubes que nunca foram ao Mundial de seleções:
Erling Haaland (NOR), Manchester City
Um dos maiores artilheiros da sua geração, Haaland vai fazer 25 anos em 21 de julho. Não era nascido quando a Noruega disputou a Copa do Mundo pela última vez, em 1998. Seu agudíssimo faro de gol é a maior esperança dos noruegueses de retornar ao Mundial no próximo ano. Para isso, a seleção nórdica conta com outros craques que estarão na Copa de Clubes, como o meia Oscar Bobb, também do Manchester City; o atacante Alexander Sorloth, do Atlético de Madrid; e o lateral-direito Julian Ryerson, do Borussia Dortmund.

Haaland e Manchester City tentam se recuperar de temporada ruim na Copa do Mundo de Clubes — Foto: Getty Images
Khvicha Kvaratskhelia (GEO), Paris Saint-Germain
Para muitos, sua contratação no início do ano foi determinante para a arrancada do Paris Saint-Germain rumo ao título da Liga dos Campeões da Uefa. O veloz atacante da Geórgia começou a se destacar como protagonista no título italiano do Napoli, na temporada 2022/23. A seleção georgiana foi criada em 1990, após a dissolução da União Soviética, e nunca foi a uma Copa do Mundo. Ano ado, fez sua estreia na Eurocopa, tendo Kvaratskhelia como grande destaque, e surpreendeu ao chegar às oitavas de final.

Khvicha Kvaratskhelia, atacante do PSG — Foto: Michael Regan – UEFA/UEFA via Getty Images
Jan Oblak (ESL), Atlético de Madrid
O goleiro esloveno Jan Oblak tem sido, por seguidas temporadas, um ponto de segurança no sistema defensivo do Atlético de Madrid. Vital na conquista do Campeonato Espanhol de 2020/21, o goleiro também levantou títulos internacionais com o clube: a Liga Europa de 2017/18 e a Supercopa da Uefa de 2018. Outra grande campanha foi a do vice na Champions League de 2015/16. A seleção eslovena não disputa uma Copa do Mundo desde 2010. Para Oblak, a estreia em grandes competições pelo seu país foi na Eurocopa de 2024, quando a Eslovênia chegou às oitavas de final.
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Oblak, goleiro do Atlético de Madrid — Foto: Reuters
Cole Palmer (ING), Chelsea
Eterna decepção nas grandes competições, a seleção da Inglaterra tem uma nova esperança para encerrar um jejum que em 2026 completará 60 anos – desde a conquista da Copa do Mundo de 1966, título solitário da história do English Team. O jovem Cole Palmer, de 23 anos, é o novo camisa 10 do Chelsea, “promovido” após duas temporadas de absoluto destaque no clube de Londres, com 40 gols em 91 jogos. Para ele, a Copa de Clubes tem todo o jeito de ensaio para o Mundial do ano que vem com a seleção inglesa.

Cole Palmer, atacante do Chelsea — Foto: REUTERS
Désiré Doué (FRA), Paris Saint-Germain
Contratado ano ado pelo PSG após surgir no Rennes, o jovem Doué, de 20 anos, só precisou de uma temporada para deixar sua marca, com atuação de gala (dois gols e uma assistência) na histórica conquista da Liga dos Campeões da Uefa, às vésperas da Copa do Mundo de Clubes. Estreou este ano na forte seleção da França e, mesmo disputando vaga com outros atacantes de prestígio na equipe nacional, tem tudo para ir ao Mundial de 2026.

Désiré Doué comemora um gol pelo PSG — Foto: REUTERS/Christian Hartmann
Jorginho (ITA), Flamengo
O brasileiro naturalizado italiano Jorginho, de 33 anos, foi campeão da Eurocopa com a Itália em 2021, ano em que ganhou também a Liga dos Campeões da Uefa com o Chelsea. Foi eleito o melhor jogador da Uefa naquela temporada e ficou em terceiro lugar na eleição da Bola de Ouro. Por que nunca foi a uma Copa do Mundo, então? Porque a Itália conseguiu a proeza de não se classificar para as últimas duas edições, da Rússia-2018 e do Catar-2022. Para Jorginho, novo reforço do Flamengo, a Copa do Mundo de Clubes marca sua “estreia” em Copas e talvez seja o seu único Mundial, já que ele não vem sendo convocado pela Itália desde o ano ado.

Jorginho, novo reforço do Flamengo — Foto: David Price/Arsenal FC via Getty Images
Gianluigi Donnarumma (ITA), Paris Saint-Germain
Um dos grandes goleiros da atualidade, Donnarumma vive um drama parecido com o de Jorginho. Campeão e melhor jogador da Eurocopa há quatro anos, não conseguiu ainda representar a Itália numa Copa do Mundo. A vantagem em relação ao volante do Flamengo é a idade: aos 26 anos, Donnarumma está no auge da carreira – acaba de ser campeão da Champions League com o PSG – e tem pelo menos mais dois ciclos de Copa pela frente.

Donnarumma, goleiro italiano do PSG — Foto: Catherine Ivill – AMA/Getty Images